quinta-feira, 13 de maio de 2010

A tragédia do bullying

O assassinato de um estudante por outro na zona norte de Porto Alegre e as circunstâncias em que tal fato ocorreu reforçam a necessidade de se prestar atenção para o fenômeno do bullying, essa demonstração da crueldade que com tanta frequência caracteriza as relações entre colegas nas escolas. Embora o nome bullying seja recente, ele se refere a algo que, ao contrário, é antigo, conhecido das famílias e dos professores. Quem não vivenciou a violência física ou psicológica sistemática, praticada por indivíduos ou grupos de indivíduos para intimidar ou constranger? Quem não experimentou, de um ou de outro lado, atos de zombaria, apelidos indigestos ou gestos agressivos, especialmente no ambiente das escolas? É evidente que a imensa maioria desses episódios acaba superado na dinâmica do ensino, mas alguns representam sofrimento, desencadeiam problemas psicológicos, levam a brigas, provocam evasão escolar ou necessidade de mudanças de colégio, ou ainda, como no caso porto-alegrense e em outros episódios conhecidos, podem transformar-se em tragédia.

A emergência das redes sociais na internet, como Orkut, MSN, Twitter ou Facebook, ferramentas rotineiras nas mãos das novas gerações, deram às agressões um alcance inimaginável, ao mesmo tempo que diluíram as responsabilidades ou esconderam a identidade dos agressores. As vítimas desse novo bullying sofrem da mesma maneira. E o enfrentamento por parte de colegas, pais ou professores se torna mais difícil e menos eficaz.

A questão não pode ser menosprezada e seus efeitos não podem ser ignorados. Os fatos trágicos recentes devem soar como um alerta a mais para as famílias, os educadores e as autoridades no sentido de adotar medidas disciplinares e educativas, impedindo que esse tipo de agressão física ou emocional se transforme numa rotina marcada por mais frequência e mais impunidade.

Editorial - Zero Hora

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