Buscar soluções para evitar o crescimento das agressões nas instituições de ensino. Este foi o principal eixo do primeiro fórum O Governo Escuta, realizado na manhã desta quarta-feira (04), no Palácio Piratini, em Porto Alegre, sob o tema "Violência no Ambiente Escolar, Bullying e seus Desdobramentos". Com a presença de representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, o palestrante Marcos Rolim, membro fundador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Instituto Brasileiro de Justiça Restaurativa, apresentou uma ampla definição da forma como se apresenta o bullying nas escolas, ressaltando que "esta é uma agressão invisível e que, infelizmente, alunos de todas as escolas do mundo sofrem desta humilhação". Conforme Rolim, o auge da prática do bullying ocorre entre a 5ª a 8ª séries, sendo que as crianças que mais sofrem têm, em média, 13 anos. Para ele, a principal ação, no sentido de evitar o crescimento destas agressões, ocorre por meio de políticas públicas. "É preciso que fiquem claras as noções de disciplina em relação aos direitos e deveres de alunos e professores, além de um Plano de Emergência e Ação, como as instalações de alarmes em todas as escolas diretamente ligados à polícia, para que haja resposta rápida em situação de risco e casos graves de agressão", destacou. O autor do livro "O Gesto e a Palavra Emparedados: a Violência na Escola", e professor do Instituto de Filosofia da UFRGS, José Vicente Tavares, abordou, em sua fala, o conceito da violência nas instituições de ensino e os sintomas de uma crise social que se apresenta de diversas formas. O professor lembrou que é preciso reconhecer a violência e saber diferenciar para que, a partir daí, possam apontar estratégias de prevenção para cada tipo. O diretor da Escola Padre Reus, considerada exemplo de combate ao bullying na Capital, relatou a vivência da instituição no projeto Escola sem Violência, idealizada pelo professor Aloizio Perdesen e, que por meio da participação de seus alunos em oficinas, reduziu o índice de evasão e violência no ambiente escolar. O coordenador da Central Única das Favelas no Estado e repórter, Manoel Soares, apresentou uma reportagem realizada no bairro Guajuviras, em Canoas, considerado Território de Paz, após as ações realizadas pelo Pronasci, programa do Governo Federal, que desenvolve os eixos de enfrentamento da criminalidade dentro de premissas de cidadania e respeito ao cidadão. Manoel, que se dedica a mostrar os aspectos positivos e construtivos das periferias, ressaltou que "não há atalho para este problema", e que é preciso entender que a violência dentro da escola é resultante da violência social. Participação de internautas As palestras, que foram transmitidas online, resultaram em diversas manifestações de internautas que enviaram perguntas ao governador do Estado. Entre os questionamentos estava o de Vali Cristina Davi, que indagou se o programa "O Governo Escuta faz o que escuta?". Tarso Genro respondeu que, por meio deste fórum, o Executivo serve-se do conhecimento, que é produzido fora do Governo, para aprender."Por isso foi convocada esta reunião, para que estas contribuições sejam agregadas aos projetos do Estado". O governador ressaltou que este é um momento importante de elaboração de grandes políticas públicas e que, as educacionais são fundamentais, visto que o projeto de desenvolvimento social, cultural e econômico constitui uma totalidade, e a educação não é um acessório. "Projetar o nosso futuro de uma maneira adequada e correta. O Governo escutou muito e continuará escutando", finalizou o governador.
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Texto: Daiane Roldão da Silva
Foto: Caco Argemi
Edição: Redação Palácio Piratini (51) 3210.4305
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